Frequentemente digo aos profissionais que participam dos meus treinamentos, aos colegas de trabalho e aos meus alunos na Pós-graduação a seguinte frase:
“Finanças não é para financeiros. Finanças é para qualquer profissional ou pessoa, que queira ter sucesso em sua carreira ou sua vida”.
Este é o primeiro paradigma que uma empresa precisa quebrar dentro de sua cultura, para que ela possa caminhar em busca de eficiência operacional e alcançar as suas metas de forma sustentável e agregar valor ao negócio.
Finanças é a arte de tomar decisões ótimas, baseadas em informações inteligentes, vindas de profissionais bem treinados e motivados.
As empresas estão cada vez mais focadas em busca de lucratividade e rentabilidade, e cobram isto a cada ação ou decisão que o profissional tenha que fazer, seja ele da área de Marketing, Vendas, Supply Chain, Operações, etc…
Porém, coloco em discussão as seguintes perguntas:
Será que dentro das organizações estes profissionais que não são da área de Finanças, são preparados para entender quais são suas metas, o que elas significam e como elas são apuradas?
Será que eles têm a clara visão de como cada um deles pode influenciar direta ou indiretamente na busca destas metas, seja de forma positiva ou negativa?
O que aconteceria, por exemplo, se um profissional da área Comercial fosse treinado para analisar e entender o impacto das suas ações?
Entre elas:
- Qual o volume adicional que ele deve vender quando aplica um desconto a maior em seu produto.
- Qual o impacto na Margem de Contribuição quando ele não vende o mix de produtos planejado pela empresa.
- Ou até, qual o impacto no Capital de Giro da empresa quando ele concede mais dias de prazo de pagamento para o seu cliente.
Com certeza, o valor agregado que este profissional de vendas traria seria muito maior e estaria muito mais alinhado na execução do planejamento estratégico da empresa.
Seguindo este mesmo raciocínio, a Gestão Financeira tem grande importância também em outras áreas de uma empresa, seja ela RH, TI, Supply Chain, Produção, Comercial, Marketing e logicamente Finanças.
Com o conhecimento dos conceitos financeiros, todos os colaboradores das diversas áreas passam a ter clara visão da importância de cada uma de suas ações e cada tomada de decisão que eles têm que fazer.
Passam a ser Gestores e não executores, e então a atuar com visão de “donos” de seus resultados.
Mas antes de cobrar isso deles, cabe uma pergunta. Será que nossas equipes estão preparadas e possuem conhecimentos suficientes para tomar decisões ótimas e para entender o impacto de cada uma delas?
Estas são algumas das reflexões que devemos fazer para começar a traçar um diagnóstico de quão longe a empresa está de buscar sua excelência operacional e se tornar uma empresa realmente competitiva, ágil, leve e criativa que o mercado vem exigindo cada vez mais de seus competidores.